Projetada há mais de 15 anos, residência Heliotrope se mantém na vanguarda da eficiência energética para arquitetura residencial
Surpreende imaginar que a Heliotrope, nome desta incrível casa solar giratória, foi construída em 1994, num momento em que a arquitetura verde ainda estava nascendo. E ainda hoje, a primeira residência no mundo a produzir mais energia do que consome, continua a liderar o ranking em eficiência energética na arquitetura, produzindo cinco vezes mais energia do que consome, com seu excedente direcionado à rede pública.
Até agora, este edifício foi construído três vezes, para usos muito diferentes. O protótipo em Freiburg, na Alemanha, é a residência de seu criador, o arquiteto alemão Rolf Disch. Neste edifício muitas tecnologias foram testadas, mas a grande sensação é o sistema giratório que permite à casa, bem como seus painéis solares, seguirem os raios do sol, aumentando a eficiência do uso da energia solar entre 30% e 40% em relação a um painel solar estático.
A Heliotrope foi concebida em um formato cilíndrico, estruturada em madeira, amplamente envidraçada e com uma série de varandas cobertas por coletores solares térmicos (nas grades do guarda-corpo), responsáveis pelo aquecimento da água para uso doméstico. Mas sua grande fonte de energia é proveniente de um amplo painel solar instalado no topo da construção.
Batizado de Sun Sail, o painel é composto por 60 módulos solares de silício (Siemens M 110 L), somando uma área de 54 m². Controlado por um software, o painel segue automaticamente o sol durante o dia, se movimentando em um sistema com dois eixos, que permite seu ajuste horizontal e vertical.
Já o movimento de rotação, que no caso engloba toda a construção, é garantido pela estrutura principal da casa que foi construída sobre uma forte coluna central em madeira capaz de suportar toda a carga exercida pelo movimento. O engenhoso sistema foi projetado para girar em torno da coluna a uma velocidade em torno de 15 graus por hora, seguindo o caminho do sol.
Para barrar o forte calor que entraria na casa em dias de verão, o arquiteto alemão especificou para a fachada frontal vidros triplos termoacústicos, que garantem um excelente isolamento térmico e um elevado nível de iluminação natural. Desta maneira, durante o inverno a casa volta sua fachada envidraçada para o sol, enquanto no verão, ela expõe aos raios solares sua face traseira.
O projeto ainda inclui um moderno sistema de coleta de água da chuva, que é automaticamente filtrada e reutilizada.
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